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Ressurreição, vida plena



 Artigo de Dom Aldo para o Jornal Correio da Paraíba (25/04/2011 )

“Eu sou a ressurreição e a Vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá, e todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais” (Jo 11, 25- 26). Eis o significado da passagem da morte para a vida plena, prometida por Jesus ao ressuscitar Lázaro. Somente Cristo pode nos tornar redivivos. A plenitude da vida, dom que o Pai confiou ao seu Filho, por sua vez, Ele nos doa - a sua vida, a vida no Espírito.

Lázaro morreria de novo, ao êxito final de sua existência terrena, tal como nós passamos pela morte corporal. A participação na ressurreição de Cristo é mais do que um argumento, numa perspectiva de fé. Trata-se de um dom permanente. Esse dom somente Cristo tem a nos oferecer gratuita e generosamente, superando a condição humana, a morte, lei inexorável.

Mais do que uma afirmação do poder que Jesus demonstra diante da morte, seu dom é dom de vida, um legado que recebeu do Pai e que ninguém poderá destruir. Jesus veio para que “nele” todos tenham vida! Os filhos e filhas do mesmo Pai que seguem aquele que veio ao mundo para doar sua vida, ainda que um dia passem pela morte, não vão ser separados da vida plena trazida por Cristo (Cf. Jo 10, 1-19).

A ressurreição de Lázaro, como também do filho da viúva de Naim e da filha de Jairo, reportadas no Evangelho, tanto é um desafio à lei da morte decretada pela natureza, quanto é uma amostragem do poder efetivo da fé e do amor, dádivas que o Pai deposita em seu Filho, para que Ele transmita à humanidade.

Passada pela morte na cruz, a ressurreição de Cristo nos devolve a plenitude do dom da vida, fato demonstrado em suas práticas e gestos significativos, seguidos de seus sábios ensinamentos doutrinais. Se o Evangelho fala pouco sobre a ressurreição de Cristo, no itinerário de Jesus nos certificamos de que Ele doou vida em abundância para todos.

É lastimável o fato de alguém se colocar fora da comunhão de vida que Jesus trouxe para todos. Isso acontece com pessoas que não permitem que o amor as transforme. São renitentes ao amor gratuito porque são apegadas a si, às suas ideias, aos seus interesses particulares.

O amor gratuito de Jesus que se doava a todos desmantelou aqueles que detinham o poder religioso e financeiro. A corrupção é velha como o egoísmo humano. Chega-se a somas de dinheiro para Judas, para o povo gritar pela condenação de Jesus, por fim, para os soldados que vigiavam o sepulcro, entanto vazio.

A vida vence a morte, para além daqueles cujo interesse se volta para o dinheiro e, em função dele, brigam por poder político, religioso e outros mais. Em função da missão que o Pai nos confia nossa vida estará semeada da ressurreição de Jesus. Semeia vida e esperança onde puderes, a partir do teu interior, deixando, primeiro, que Ele te ilumine. Sentirás Cristo em ti e dando vida aos outros. Santa Páscoa para todos!

Dom Aldo Pagotto
Arcebispo da Paraíba